segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Projeto de biólogo mostra degradação no RJ




Em 1997, o biólogo Mário Moscatelli, então com 32 anos, resolveu empreender um projeto de monitoração de áreas verdes na Região Metropolitana e no Litoral Sul do estado do Rio de Janeiro. O objetivo do Projeto Olho Verde era fazer sobrevoos para tirar fotos aéreas, de modo a acompanhar a degradação de matas, encostas, mangues, rios, lagoas e baías. Para a desolação do biólogo, desde o começo as imagens não eram nada animadoras. "Não tem foto bonita desde o primeiro voo. Entra ano, sai ano, só vejo degradação", afirma.

Passados 14 anos, Moscatelli está pessimista com o futuro do meio ambiente que os dois filhos pequenos vão desfrutar. "Infelizmente, falta muito para os gestores públicos e, principalmente, a sociedade entenderem que estamos cavando nossa própria sepultura", sentencia Moscatelli.

Essa previsão é baseada nas centenas de fotografias que o biólogo tirou, praticamente todos os meses, ao longo de quase uma década e meia. As imagens comprovam como a ação do homem devastou planícies e encostas para a construção de favelas e condomínios de luxo, poluiu bacias hidrográficas com esgoto in natura e desmatou imensas áreas verdes para a criação de lixões.

"Rios foram transformados, institucionalmente, em valões de esgoto. Os rios Faria, Jacaré, Irajá, São João de Meriti, Sarapuí-Iguaçu e Guaxindiba, todos com grande volume de água, hoje, são esgoto puro", denuncia Moscatelli. "Esses rios não têm mais vida. Morreram", diz. O biólogo inclui nesta lista as bacias hidrográficas de Sepetiba, da Baixada de Jacarepaguá e a Baía de Guanabara. "Os rios levam esgoto para lagoas e baías, que se transformaram em imensos penicos", afirma.

Veja mais imagens: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/fotos/2010/06/degradacao-da-natureza-no-rio-de-janeiro.html

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Postagem de Saulo Fonsêca

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. É incrível ver como o homem consegue danificar aquilo que é essencial para a sua existência, tudo por causa do seu desejo incontrolável de viver em uma verdadeira ''selva de concreto''.

    Será que para haver modernização e urbanização, terá que vim junto a destruição?

    Parece que a cidade maravihosa já não é a mesma ''maravilha'' de antes, tudo pelo simples motivo de não se importarem com a paisagem natural. É preciso planejamento nesses casos e também ter pessoas especializadas no assunto, como engenheiros ambientais por exemplo.

    O nosso país, que possui uma grande variedade ambiental tão cobiçada, deveria ser um dos mais conscientes e fazer maior uso do termo ''DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL''.

    Saulo Fonsêca

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